Quem não é muito ligado no irmão/irmã nunca vai entender o que eu vou escrever aqui. Talvez se identifiquem com o fato ocorrido e a emoção, mas não vai ser a mesma coisa que eu to sentindo.
Hoje, dia 20/07/2017 o vocalista da banda Linkin Park, Chester Bennington foi encontrado morto, em sua casa, na Califórnia, com sinais de enforcamento, tendo supostamente cometido suicídio.
Ok, isso aqui não é um portal de notícia. O Jornal Nacional vai se encarregar desses detalhes.
O que o Jornal Nacional não sabe é a real sensação que os ditos "fãs" tiveram e estão tendo com essa notícia.

Meu irmão, Guilherme, 25 anos, era um fã.
Não era um fã do tipo ouve as músicas mais conhecidas às vezes. Ele era do tipo que comprava os álbuns novos assim que eram lançados, e não gostava só dos antigos, mas era apaixonado pelos mais recentes também !
Ele sonha com as roupas oficiais da banda, no site internacional.
Ele ouve os discos inteiros, da faixa 1 até a última. Conhece todas as letras, o que elas querem dizer, quando foram escritas, porquê e como.
Apaixonado como ele era por tatuagens, decidiu fazer sua primeira em homenagem a essa banda que ajudou ele a crescer, que ensinou coisas, que deu trilha sonora pras mais diversas fases da vida dele. Era um alívio quando encontrávamos outros fãs como ele nos eventos, encontros e filas de show, e eu tinha consciência de que ele não era doideira. Na verdade, ele é o que eu nunca fui com coisa nenhuma: um fã de verdade.
A homenagem foi uma singela tatuagem nas costas, com o símbolo da banda e um trecho de uma música.
Eu lembro que estava com ele quando fez a tatuagem, e ele era todo sinestésico, então colocou a música no celular pra tocar enquanto o tatuador fazia a arte. Me inspirou tanto ele ser apaixonado por algo assim, que nunca mais esqueci aquela cena. Eu tenho o maior orgulho quando olho as coleções de pôsteres, cds, dvds, fotos, livros que ele reúne em casa. Nossa casa é praticamente um museu Linkin Park hahahahaha

Tive a chance ir num show deles, há alguns anos. Lembro que ficamos horas e horas debaixo do sol, rodeados de fãs frenéticos, tatuados ou não. Mas lembro que era uma coisa emocionante, sentir aquela coisa contagiante, as pessoas cantando, usando faixas, bandeiras, camisetas, blusas. Eu cresci ouvindo a tal banda né, então era inevitável não me sentir parte daquilo.
Esse ano ele pôde ir no Maximus Festival, porque mesmo estando cheia de dívidas, eu não podia deixar a bendita banda passar por São Paulo e o Guilherme não poder vê-los. Então ele foi, ele amou, ele pulou, ele sentiu a emoção que nunca mais vai sentir.
Óbvio que ele gosta de outras bandas, grupos, cantores, artistas, mas Linkin Park era um mantra.
Uma pena a gente ter que viver somente com a notícia de que ele se matou. Nunca saberemos mais que isso.
Uma pena eu nunca mais poder ouvir aqueles gritos ao vivo.
Uma pena ouvir as milhões de músicas que já fizeram, e sentir um aperto.
Uma pena olhar fotos, lembrar de momentos do show, de momentos que já passei com o Gui, e não sentir vontade de chorar.
É estranho pensar na imensidão disso tudo, na quantidade de fãs, de pessoas que se sentiram tocadas com isso, e aí de repente na vida dele mesmo, na família, nos filhos, o que o levou a isso, nos amigos e em tudo que envolve o ocorrido.
Eu jamais escreveria sobre qualquer outro cantor que viesse a cometer suicídio, ou que morresse, ou qualquer outra coisa. Mas esse em especial, parecia da família.
Gui, espero que nunca te falte inspiração. Sei que essa banda era tudo pra você, sei que as roupas, as tatuagens, as músicas, as performances de palco, tudo fazia seus olhos brilharem. Nem o disco com o Jay-Z te fez odiar nem por um segundo os queridos, lindos e talentosos do Linkin Park.





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